nasce uma autora ✨kabookverso #001

"Jovem escritora (nem tão jovem assim) realiza o debut dos sonhos."

Em 2003, quando eu tinha 10 anos de idade, fui obrigada a escrever uma peça de teatro na escola. Minha turma da 5ª série precisava apresentar uma releitura moderna de uma história que todo mundo conhecia. Como a nossa turma havia crescido junta há muitos anos na mesma escola, decidimos então fazer a releitura de Sítio do Pica-Pau Amarelo (sim, 2003, paciência) porque a nossa peça de 2002 (que tinha sido um verdadeiro sucesso entre as turmas da tarde) era baseada em um dos muitos episódios da mesma série da Globo. E sim, só porque eu já usava óculos, tinha sido a dona benta).

No fim, todo mundo decidiu que eu deveria escrevê-la e ensaiar a turma. Até hoje eu não lembro por que aquela decisão foi unânime. Não lembro de me candidatar para aquela função. E, com certeza, não queria pegar um pepino daqueles. Imagine: uma turma lotada de garotos, com apenas 8 meninas, e todo mundo naquele estresse típico de millennial porque o fim do ano estava chegando.

O que eu fiz? Eu escrevi uma peça inteira durante os 30 minutos de recreio no meu caderno de desenho, à lápis. No fim, a história era uma grande disputa sobre desvendar quem estava falando a verdade. Não lembro dos detalhes (queria muito), mas basicamente alguém tinha aprontado em uma festa e a Emília era a única que estava dizendo a verdade, mas ninguém acreditava nela.

Me perdoe pelas referências datadas, mas essa memória acabou dominando minha mente por algumas horas esta manhã, quando percebi que esse evento tinha sido meu primeiro grande contato com a escrita.

Foi a primeira peça de muitas que viriam.

Sim, eu escrevi muitas peças de teatro depois disso. A última foi em 2022, numa releitura natalina que misturava Nárnia e O Rei Leão (não vamos falar disso, mas foi icônico). No entanto, o que eu quero dizer com esse quase prelúdio é que, quando decidi o título de estreia dessa newsletter, mal sabia eu o que viria a seguir: eu achava que "nasce uma autora" seria uma edição super energética, com os olhos totalmente voltados para o que 2025 nos reserva, enquanto tentava expressar minha real alegria em ter conquistado um terreninho no país dos autores para chamar de meu.

Mal sabia eu que viria por aí uma avalanche de memórias, com todos aqueles momentos na vida que me fizeram chegar aqui, onde eu finalmente descobri que nunca foi graças a Crepúsculo que me tornei escritora. Eu simplesmente nasci.

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🌠 um chamado à jornada

Ok, hora de conhecer o kabookverso!

Este é o cantinho onde, finalmente, vocês conhecerão um lado que guardei a sete chaves dentro de um baú empoeirado (na verdade foi naqueles HDs externos que a gente deixa tanto tempo no fundo da gaveta que parece que pegou algum vírus sozinho).

Enquanto tentava escrever o livro que vocês conhecerão em breve, percebi que precisava transformar 2025 em uma máquina de tirar metas do papel. E essa newsletter é um desses muitos sonhos que eu colocava na entrada do planner, mas que também sempre ia parar na página final em “Ficou para o ano que vem”.

Preciso avisá-los que sou uma pessoa sonhadora e com uma mente muito fértil (leia isso como um alerta de conteúdo). O que é ótimo até certo ponto. Mas, para mim, quanto mais ideias eu tinha, mais desencorajada eu ficava para testá-las (isso com certeza será trabalhado com mais profundidade em uma próxima edição e em uma sessão de terapia).

Quando comecei a trabalhar exclusivamente como criadora de conteúdo literário, foi uma grata surpresa. É claro, nunca foi algo que eu idealizei, mas aconteceu. E, de certa forma, foi incrível, provavelmente uma das melhores versões que eu poderia viver da minha vida. Mas também acabou ocupando um espaço considerável do tempo que antes eu dedicava à escrita.

Eu me sentia meio que a Alice nessa cena: vivendo uma coisa incrível, mas sem nenhum controle da situação.

Por conta das horas infinitas de trabalho por dia nos últimos anos, houve um momento em que os sonhos começaram a me machucar. Não era divertido ficar apenas idealizando uma carreira como autora há mais de uma década, mesmo que agora estivesse a apenas um palmo de distância. Ou eu voltava a escrever de vez, ou parava de ficar imaginando uma história que nunca ganhava vida.

Obviamente, parar de sonhar não era uma opção. Foi aí que me tornei autora.

Então, este é um chamado à jornada.

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🔍 E o que vocês verão aqui?

Quero compartilhar com vocês tudo o que tenho vivido nesses mais de 15 anos como escritora iniciante, leitora e criadora de conteúdo literário.

O kabookverso não é apenas uma extensão do que eu sou, mas uma constelação de fragmentos de um mundo ainda em criação. Quero transformar esse espaço em um porto seguro, onde sempre poderemos nos reunir sem depender do algoritmo ou do que o Mark Zuckerberg vá dizer. Este é um lugar de liberdade, mas também de completa segurança, onde contarei segredos, compartilharei inspirações, bastidores do meu processo criativo e até spoilers do meu livro.

Inclusive, o apelido dele é “filhotinho! Quem já assistiu ao vídeo do Kabook sobre como planejar um livro no Milanote já sabe. Eu juro que, no futuro, vocês entenderão esse apelido, sério.

Este também não é um lugar em que eu quero apenas falar, falar e falar sem ouvir vocês de volta. Este é o momento em que os convido a baixar o app do Substack e aproveitar um cantinho saudável e inspirador na internet, pensado para quem vive o lado lento da literatura. Cada comentário e sinal de fumaça de vocês será mais um sonho realizado.

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🚨 O Filhotinho, meu livro (ou como preferir chamar)

Aqui teremos o Zona de Spoiler, onde sempre compartilharei frases e quotes do filhotinho, vamos a uma pequena mostrinha hoje?

[...] Sua mente pairava entre a dor e um frio estranho, que mordiscava sua pele e a empurrava para mais fundo. E era de lá que não conseguia voltar. Como se estivesse presa em um casulo de sombras, que pressionava sua garganta e a asfixiava como a própria noite. Até que algo deslizou ao redor dela. Uma sombra singular se ergueu, como se soubesse exatamente onde encontrá-la naquela escuridão sem fim.
— Não se mova ainda. — um sussurro grave e profundo partiu o silêncio, como uma âncora que era lançada no abismo para chegar até ela. [...]

Karine Leôncio (filhotinho, 1ª versão, capítulo 10)

Sim, acho que agora já deu pra sacar que minha escrita é em 3° pessoa, né? O que você acharam? Dá pra sentir alguma coisa com esse trecho?

🌘 um processo (dolorosamente) criativo

Quando comecei a criar o livro, minha inspiração veio da ideia de “renascimento” e “pertencimento”. Se um dia você perdesse tudo o que foi construído, como o reconquistaria? E se alguém já tivesse tomado posse no seu lugar, como faria para reaver aquilo que é seu?

Em 2015, os primeiros “e se"s apontaram um caminho promissor para o desenvolvimento desta história. É incrível como o livro foi crescendo conforme eu amadurecia e estudava. Em 2018, enquanto me formava na faculdade de Comunicação: Publicidade e Propaganda, na UFF (Niterói, RJ) comecei a entender o tom e para onde o livro queria me levar.

A primeira coisa que emergiu daquela avalanche de ideias foi o tema central: potente e recorrente, mas raramente explorado com o nível de protagonismo que eu queria para um romance adulto. Agora, em 2025, esse tema está tão politicamente em alta que, às vezes, me pego sem acreditar nas notícias que leio. Parece que todas vieram do meu livro.

Prometo explicar em mais detalhes no futuro por que esse tema central tem tanta importância na minha vida há muito tempo. E tenho certeza de que as dicas que compartilharei e que funcionaram na minha escrita podem ajudar muito a versão escritora de vocês em um futuro próximo.

No entanto, se comprometer com este tema impactou muito na minha segurança. Como escritores, nunca estaremos 100% seguros da terra em que estamos pisando. A gente tem que descobrir como caminhar, como ficar de pé da melhor maneira, para que direção devemos seguir se não quiser afundar naquele lugar. Às vezes é doloroso ser altamente criativo e comprometido com a mensagem que você quer construir, mas sinto que este é o melhor momento para ele vir ao mundo. Parece que o universo conspirou para que 2025 pudesse ser o ano para ele. Vocês concordarão comigo em breve, depois de lê-lo. (Ao menos, estarei torcendo por isso!)

🙏 A que céu estamos

Veio aí meu glow up (na escrita)!

Finalmente chegamos ao bloco de atualizações do livro! Imagine que este seja um vlog escrito (então seria um blog, socorro). Onde basicamente trago à luz a que pé (ou céu) estamos caminhando para a final da V1! yeahhh!

Odeio o termo PRAZO! Fica parecendo que o mundo dos escritores me jogou numa forca, onde eu preciso entregar uma primeira versão o quanto antes para não deixar esta terra cedo demais…

Talvez seja exatamente assim que eu esteja me sentindo, na verdade.

quero aprender…

Mas a verdade é que tenho vivido meu melhor momento neste casamento com a escrita. Foram tantos anos construindo esse universo, que às vezes eu me esqueço que, na verdade, sei tanto sobre ele que gabaritaria uma prova do ENEM sobre o filhotinho.

Depois de novembro e dezembro confusos (o final de 2024 foi bem assustador e corrido para mim), cheguei ao melhor janeiro desde então na minha relação com o trabalho e o tempo. Mas isso aconteceu porque criei 5 regras para 2025 (você deveria criar algumas para você também) e aqui vão elas:

Regra n° 1: em hipótese alguma você deve ficar nas redes sociais depois das 22h.

Regra n° 2: É inegociável a escala 7x0. Nesse caso, a escrita é diária por pelo menos 4 horas por dia. E depois das 19h é obrigatório.

Regra n° 3: Não precisa fazer nada perfeito, só faz!

Regra n° 4: Não fique se debatendo com o planejamento. Isto não é pra ser uma tortura. Se sua cabeça está um nó, vá escrever uma cena bem emocionante e depois volte aqui.

Regra n° 5: Esta fase não dura para sempre, então aproveite ao máximo cada dia.

Em 2024 eu estava sempre correndo e caindo. Então, em 2025, escolhi desacelerar para que pudesse caminhar.

Depois de fazer uma escaleta tensa, eu precisei dividir o livro em dois volumes. Sim, o filhotinho será uma DUOLOGIA. Nesse caso, além de ter dado muito mais espaço para trabalhar os personagens, a pressão para fechar o filhotinho número um diminuiu um pouco. No entanto, quando dividi e estudei a duologia, muitas coisas incríveis surgiram e estou processando tudo isso agora. No entanto, eu não saio de janeiro sem mais dois capítulos novos (11 e 12)! 🙏

Em breve, vou mostrar cada etapa de como foi chegar a esta decisão no meu vlog de escrita lá no youtube. Mas enquanto isso, você pode correr pro meu canal e assistir ao último vídeo. Ele está muito legal e cheio de novidades literária para 2025!

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📣 Dica Literária da edição

E o último bloco desta edição e com indicação de leitura é “Veneno em seus Corações”, minha primeira leitura registrada de 2025 (mas que eu fiz antes das férias). É um desfecho poderoso da trilogia “Castelos em seus ossos” de Laura Sebastian.

Esse livro é uma mistura de intrigas políticas, enganação e personagens complexos SURREAL! A autora entregou um final cheio de reviravoltas e emoções. Foi muito satisfatório ver o quebra-cabeça dela ganhando forma.

Nessa trilogia, três princesas trigêmeas são enviadas para três reinos em casamentos arranjados. Desde o nascimento, elas foram treinadas para seduzir e enganar, para criar conspirações que deveriam enfraquecer esses reinos e entregá-los de volta para a mãe, que tomaria tudo para si e restauraria o império. As reviravoltas que acompanham os planos dessas garotas são de enlouquecer!

Se você é fã de histórias com reinos em guerra, alianças imprevisíveis e aquele climão de "ninguém está seguro", essa trilogia vai ser sua próxima obsessão.

Já leu ou tem curiosidade? Responda e me conte o que achou!

Agora se você chegou até aqui, meu MUITO OBRIGADA! Essa é só uma pequena introdução do que está por vir! A jornada está apenas começando, mas cada passo importa. E muito obrigada por fazer parte do kabookverso!

Vejo vocês na edição #002, dia 04 de fevereiro!